Folhas que já não são brancas polvilham a secretária ao canto da sala. Rabiscos de caneta, decoram folhas e mais folhas. A caneta era azul (provavelmente aquela de ponta fininha, com um reclame "piroso" que se encontra caída no chão!), mas poucas são as linhas que consigo perceber na íntegra... Não me esforço. Observo as pequenas manchas em forma de gota que também tornam o texto menos perceptícel... São lágrimas... de uns olhos lavados em tristeza, pois as poucas palavras que percebo são cheias de sentimento...
No outro canto da sala não exite nada. É estranho...
No centro, uma vela gasta, encontra-se sobre aquilo que parece ser uma mesa de cabeceira. Restos de papel fotográfico queimado, decoram o chão...
Não vejo gente. O vazio... o nada... que ali se vive, assusta-me!
Viro costas. Incomoda-me a falta de apêgo à vida que aquele espaço me transmite.
Revisto tudo uma última vez com o olhar. Reparo, no pequeno raio de luz que invade o habitáculo por uma frecha da madeira gasta da janela. Ilumina qualquer coisa na parede em frente... Parecem-me umas letras pintadas com dedicação...
"A felicidade só é real se for partilhada..." - é tudo o que consigo perceber...
Saio a correr!
Com um abraço, Marisa
PS: *Carpe Diem*
"Into the wild"... aconselho vivamente :)
1 comentário:
Aqui está O Lado Selvagem.
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