segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Pessoa de merda [sou]!

Vim escrever...
Vim escrever porque precisava de jogar na minha própria cara que sou uma pessoa de merda. Não tenho quem me jogue em cara e me diga directamente - que fui eu a culpada, por isso, escrevo. Escrevo para ver se me sinto mais mal ainda, porque mereço.
Não sei o que ando pr'a qui a fazer que olho e olho e não vejo nada! Não aprendo nada nesta procaria de vida!
Cheguei tarde, para variar... parece que tudo é mais importante do que as pessoas que gosto!
Devia ter ido logo contigo para o veterinário e mais nada! Mas não! Já era tarde, depois dormia pouco... Além disso não era nada confortável e a preguiça então... É não é? Estúpida de MERDA!
Que raio de pessoa és tu? Que raio de vidas levas tu? Tanto corres para viver essa vida apressada e te esqueces do mais importante?
Tinhas as melhores intenções o mundo, hoje sim senhor. Mas chegas-te tarde. A tua cadela preferida morreu, sozinha, triste e provavelmente cheia de dores! E onde é que tu andavas? A trabalhar... como sempre... E mais uma vez quiseste adiar para amanhã...
Quiseste dormir, não quiseste ter o incómodo de sair de casa à noite para ajudar a tua cadela... Que tanto conforto te deu! E tu? Abandonaste-a quando ela precisou mais de ti... E não resistiu...E agora? Choras? Tens pena? Remorços? Saudades?
Quem AMA... CUIDA, PROTEGE...
E tu?
Tu não vales nada...
[Precisava de alguém que me dissesse isto!] E nada serve de nada. Tu já não estás...
E hoje a casa ficou ainda mais vazia...
E o inverno será bem mais frio...

*

Idolatravas-me.

Estivesse triste ou contente - estavas comigo.
Quando chegava a casa, corrias para mim de contente, rabo a abanar e ladrar feliz. Eu não te dava nada, mas tu também não precisavas que te desse... Porque te contentavas só e apenas com a minha presença. Isso chegava-te. Isso bastava-te. Também passaste por maus momentos e conseguiste voltar a viver. Ainda agora partiste e já estou a rever as nossas fotos (para tirarmos uma simples foto tínhamos que o fazer várias vezes porque tu não paravas de me dar beijinhos (e fazias-me cócegas na bochecha)...
Agora não vou ter com quem me fechar no quarto e chorar até mais não. Sentias-me triste e rapidamente vinhas ter comigo à espera de me animares um pouco. E como me animavas!
Adorava deitar-me no chão do corredor e fazer-te festas no pescoço, colocar-te em cima da minha barriga como se de uma criança se tratasse. Fiel, foi coisa que sempre foste ao longo destes 10 anos. E eu não te dava nada. Apenas a minha presença te bastava.




Adoro-te Pantufa! A minha vida vai ser bem mais vazia sem ti, sem a tua respiração ofegante perto da minha cama, sem os teus passos pela casa, sem o teu ladrar rebelde e inocente, sem a tua companhia sincera, meiga e reconfortante...

E deixei-te a olhar eternamente para mim...

PS: Serás sempre a minha bola de pêlo... Dá um abraço apertado a quem tu sabes...