quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

[in]justificável...

Não me recordo nem do dia nem da noite. Apenas do cheiro e da água a pingar-me no rosto. Cheiro vivo, nauseabundo, que incomoda até o homem do cavernáculo lá do bairro, o tal que vagueia na noite apanhando o lixo dos outros. O tal... que chega a casa, farto de ir atrás na maquineta, apanhando com os odores do mundo. Ele não se queixa, porque já se habituou. Ninguém lhe liga. Fogem dele como se de uma enfermidade se tratasse. Não tem culpa. Mas vai-se lá saber… O mundo é cruel e sem justificação.