sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Esquina...

Tal e qual. Passas por mim de perto.
Chapéu a afundar-se na cabeça e casaco de pêlo castanho, que te dá um ar quentinho...
Calças de algodão, meio justas a caminhar para o largo, que te dá um ar um pouco desarrumado, mas também quente... Roças-me, carregada de sacos e avanças devagarinho, num cambalear desalinhado e cansado...
Sigo-te com o olhar, tentanto ver no teu rosto outra expressão conhecida...
E continuo a seguir-de, com olhar esperançoso e coração apertado.
Estou a perder-te, mas não quero. Desvio-me e lá estás tu...
Volto a seguir-te medrosamente com o olhar. Caminhas ao longo da rua.
Eu, anestesiada com um turbilhão de esperanças, contiuno, aqui, parada no meio da rua, tal qual a menina perdida, à espera que alguém a encontre.
Não avanço.
Como queria correr desenfreadamente e abraçar-te. Como queria que fosses tu. Como queria... Dizer-te o quanto te adoro e matar estas saudades, que me consomem a cada dia que passa...
E desapareces pela esquina, tal e qual.

2 comentários:

Carlos disse...

Bonito texto. Não sei que mais dizer...

Marisa disse...

Tu és suspeito :)
Beijinho